sábado, 18 de fevereiro de 2012

Querido diário, eu queria tantas coisas!

Fuga já não me parece tão eficaz, 
Correria e gritaria não mais são defesas...
As batidas do meu coração não mais são as mesmas.
Que poço de ingenuidade sou eu em pensar, 
que vou conseguir me controlar,
A ponto de encontrar uma saída?
E o lado bom é que de cena em cena, ato em ato, 
Engano-lhe desfazendo nosso laço, fujo do carinho, do abraço...
Mesmo estando quebrantada, aos pedaços, ainda de forte sempre me faço.
Esse jogo de gato e rato parece não ter fim, 
Não me livro nunca desse mundo confuso, ruim pra mim.
Você? já nem sei o que sente, se mente, se desmente, 
Se assim como eu esta carente ou se quer apenas algo quente, 
Não se envolver, nem querer estar sempre presente.
Vigio atentamente cada passo seu e 
Vejo que faz teu os movimentos meus, tenta me entender.
E eu de tão confusa já estou perto de enlouquecer.
Queria um dia apenas me esquecer de tudo o que já ouve entre mim e você.
Seria tão mais fácil, seria menos trágico, seria melhor?
A resposta nem eu sei ao certo...
Quando me vem, te quero, e logo penso em lhe aceitar de braços e coração aberto, 
Não vou negar.
Mas de que adianta sentir todo esse calor, 
Se meu pudor me segura como que me protegendo de mim mesma, 
Controlando-me como a uma marionete para que eu não erre, não peque não me engane...
E o que sinto fica preso e no fim é só mais um pensamento infame, 
Esquecido por pressão, 
Na sessão das memórias onde  tudo o que sobra é só a ilusão.
Mas age de novo aquele tal de inconsciente, 
Que me enganam os sentidos e me trai a mente, 
Ele me mostra você dum jeito que confesso, 
Desejo ver, e me atiça, me empurra, me enaltece, me enfraquece, 
Em imagens tuas e minhas entrelaçadas como que se completando numa imensidão de toques, 
Gestos, sensações sabores, odores e saberes.
E eu volto a pensar em tudo o que não aconteceu, não sei se para minha sorte ou para o meu azar.
Se soubesse ao menos o que, sem fazer nada, está a me causar, 
Chegaria tão próximo a ponto de sentir meu coração loucamente pulsar, pulsar... 
Pulsar, numa frequencia mais do que sugestiva.
Numa alegria que esquenta o sangue mais do que festiva.
Destruindo-me e fazendo de mim, não mais uma temerosa fugitiva...

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