quinta-feira, 29 de março de 2012

Duas mortes.


De fogo em fogo cruzado, a tropa de uma só vai seguindo cautelosamente.
A paz que sentira antes da partida, já nem lhe vem à mente...
Não se lembra de como é ser contente...
Perdeu essa capacidade depois do tanto de morte que viu, depois do tanto de corpos que empilhou, depois de apertar o gatilho, acertar...
Morreu de pouco em pouco, e o que se vê hoje, são sinais de que para achar que isso é vitória, é preciso ser um tipo de louco.
Esperança foi o que lhe sorriram os familiares, os amores, e logo viu que com ela, não haveria mudança.
Preferiu o patriotismo ao ser “humana”, lhe deram então confiança.
Ao repousar os olhos, junto das estrelas e a sujeira, não sabia o que pensar, pois nem a mesma gostaria de ouvir, as histórias que poderia contar.
Sem saudade, e sem perguntas, foi seguindo como se das próprias razões, tivesse sido expulsa.
Mais um machucado, mais um soldado baleado, mais um número a estatística adicionado.
Depois da terceira ou quarta bomba, o silencio trás do cheiro da desonra, da derrota.
Sua história teve o desfecho mais esperado...
E pouco antes de a luz apagar dentro do ser, houve dor, houve alívio, mas nunca outra vez, haverá prazer... 

This is war.


Fui me meter numa guerra, e como toda, esta leva esperança e trás feridas que destroem a alegria do amanhecer.
Dentre feridos, o amor vai-se com o sangue, e fica então amarguras que tornam soldado, assassino, por querer...
Já não vejo o mesmo brilho do céu, pois a certeza do vencer se perdeu como a munição, acaba com o tempo...
Não tenho companhia.
O que tenho são zumbis que já não sabem o "porquê" do abraço.
Que já não se lembram do carinho ou de qualquer outro laço...
Apenas caminham num embaraço, que só de ver, já choro ainda que sem querer.
O sol se vai, a morte vem, leva consigo a dor, mas também, o brilho da vida.
Há escassez de tudo, e por mais planejada que tenha sido esta tal guerra, as consequencias parecem doer como se inesperadas fossem...
É como esperar pelo anoitecer sem ideia do saber que com o escuro, vem o frio, e já não se vê cobertor que sirva...
Pois pra frio na alma, não há resposta positiva.
Ele dura e não morre imaginar a paz é o que faço enquanto o tenente dorme.
Tão logo de manhã, já estaremos de partida, nos vingando dos inimigos e tentando voltar com vida.
Mas já que em casa, deixei minhas humanidades, aqui, em solo morto, só me restam o pequeno resquício que um dia foram grandes saudades.




A mesma história.



E quando se fecha os olhos, em vez de escuridão, vê-se o mesmo medo renascer, o mesmo que outrora fora me matando e desfigurando a face sem eu perceber...
E já não vejo positividade em saber que o problema é e sempre foi este.
Pois de que adianta conhecer uma doença tal qual a própria mãe, se não se pode lutar, se não há uma cura para a enfermidade?
Cansei da curiosidade, da saudade, e da positividade...
Cansei de fingir que as coisas ruins não são verdade, cansei de tanto acreditar, durmo, e não me sinto descansar...
É como uma tortura, e se já não cuido de mim, quem mais vai cuidar?

sexta-feira, 23 de março de 2012

Redomas, redomas, e mais redomas.




Meu alarmado sorriso de desforra foi levado, 
sempre a mesma escória...
Querem-me por rótulo, como se produto fosse, querem me dar nomes,
Mesmo que injustos...
Meu coração, depois dessa precisará arranjar novos moradores.
Uns que se contentem em serem perdedores.
Estou grande demais, pra essa terra de gente que pensa tão pequeno,
Ou nasci mesmo tão "defeituosa", que sou virtuosa como um detento?
Querem tirar de mim, o único amor que possuo, que de tão meu, o chamo de próprio...
Vivo fora da normalidade daqui, quero fugir...
Por mais normal que eu me encontre, por mais normal que eu seja.
Dentro dessa redoma em que as mentes borbulham por aqui,
Sinto-me presa mesmo com o poder do ir e vir...
Pois as prisões são em toda sua dimensão, mentais, prisões nas quais,
As mentes se fecham e o que há de bom, se perde,
E tudo o que não é semelhante á própria visão,
Conforme a alusão de perfeição se torna algo de supérfluo.
Tentam ver através de ações continuas um padrão,
E se não me meto por vontade àquela fila de inconsistências,
Veem dentro de mim, mais e mais demências...
De certas compreensões, sinto tantas carências!
A vida às vezes me fere a alma,
Mostrando-me que sou uma metáfora rabiscada ao muro num mundo onde quem lê é visto como burro.

quinta-feira, 22 de março de 2012

It's a long way to the top (if you wanna rock'n'roll)


Dentre muitos sabores que me foram oferecidos,
Dentre tantos amores que me foram conquistados e concedidos,
Ainda me encontro só.
As vezes ainda confusa, por estar dividida,
Por ser puxada dum lado a outro...
Mas tão cedo e a brincadeira perde a graça.
Vejo um olhar e logo, vem a desgraça.. Falta ser correspondida;
Ouço "eu te amo" e não me sinto atraída.
Será o que falta em mim, para ser completa ainda nessa vida?
Há em mim, uma donzela presa, ou um selvagem devorador de corações?
Realmente já amei alguém, ou foram apenas ilusões?
Por um o suspiro é quente, mas o coração frio, e a mente nega, veemente.
Outro, o suspiro em nada consciste, porém o coração bate forte, sempre insiste, e a mente se esconde, finge que nada existe...
Outros são passado, outros me oferecem pouco futuro, uns me falam muito, outros me encostam direto ao muro, respondo ofegante, quase num sussurro.
E nenhum deles ainda, me parece vencer essa partida, e quem sofre, é a aprendiz, que por enquanto só aprendeu a fingir que está feliz...

Meus segredos.


Ele finge que sabe, inventa, descobre, me abraça, se encolhe...
Diz que é todo meu, finge que conhece tudo o que sou eu,
Diz que é sem querer.
A verdade é que antes de eu acreditar,
já havia compromisso entre os corações meu e dele.
Mesmo que bobo, ouço dizer ao pé do ouvido, não tenha medo,
E em meio a vestes que encomodam por cobrir,
Escondo meus segredos...
Que ele pensa já saber de cor, às vezes lhe sorrio doce,
Às vezes lhe tenho dó.
Dentre tapas trocados, amores pouco amados, e ele, indefinivel,
Ouço dizeres substanciais que me gritam que ele está subindo de nível.
E tão logo já alcansará minha mente,
Largando de mão o acampamento que a tempos,
Existe dele no meu coração.
Ora um namorado, ora um amigo, ora um irmão...
São muitas as caras as quais lhe dirfarço pra ver se esqueço do fracasso de não te odiar,
Por ser bom e querer me enganar.
Noutro momento,
O vejo fraquejar de proposito, esperando minha iniciativa,
Largo então e emoção e tento não sucumbir a suas alegrias, que de tão momentaneas, não me servem de nada...
Gosto ou desgosto, de estar presa nesta louca incruzilhada?

Aaah, ela.


Ela sorria como se nada fosse ruim no mundo,
Enquanto olhava em frente,
Eu observava contente, havia certeza em tudo.
A sorte me presenteou,
Com um presente que já me fez por tempos esquecer o passado,
Gostar de fingir que o futuro não existe,
Vejo o destino como um velho consternado.
Brinca com a vida da gente...
Ainda me desculpo com ela, que ainda que bela,
já não me surpreende com isso.
Ouvi um tum tum no coração dizer que deveríamos manter qualquer compromisso.
Mesmo que amizade, ela me diz que sente saudade...
As vezes tento criar uma imagem perfeita,
E logo percebo que de tudo o que tens, o defeito sempre a enfeita.
A cada um que reconheço, é uma surpresa e um novo carinho.
Pensa em mim, mas não sei o que pensa,
Oh isso é uma tormenta!
Moça me encare de frente, me diga,
Não mente, lhe devo ser amada ou não queres nada,
Será que podemos então fingir que tudo é apenas mais uma cilada Feita por quem acredita em terra encantada?
Quero que sua resposta seja justificada...


Meus motivos.


E desde sempre, a folha branca, limpa, vazia,
se tornou meu único fiel psicólogo.
Pra ela eu não minto, não omito, apenas reflito.
Solto o que sinto com a braveza de uma represa,
vou descobrindo, abrindo portas dentro de mim, e tendo mais descobertas, no fim essas portas acabam todas abertas...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Querido diário, me vejo cercada por inverdades.


Criar tempo, criar assuntos, criar problemas,
fingir alegria, fingir motivos, fingir vitórias, desapontamentos...
É tudo o que eu tenho feito.
Para ver se consigo expremer, diminuir, esquecer essa dor, esse vazio escurecido de magoas que cresce dentro do peito...
Tendo fingir, que para tudo tem um jeito.
Dos sentimentos, do coração, a mentalidade calculista, e o auto controle, se fizeram, ou melhor impuseram respeito.
Acabo por me entregar à metade, nunca faço nada direito.
Minha flor, a qual eu mantinha com a luz da alma, a agua vinda dos olhos de tanto sorrir, e o solo do coração, onde quase sem querer se formou...
Tornou-se grande, imenso, e já não cabe dentro da normalidade de tão intenso.
De vergonhas pereço, por isso não digo o que penso...
E logo, tão logo, já se torna um pilar, daqueles que compoem a estrutura do ser,
espero que esta flor tão singela que com pouco tempo vi crescer,
viva, enquanto existir o amanhecer...
Mas disso, por mais que me doa dizer, não é algo em que certeza eu posso ter,
pois esse amor mais que desvairado, que o destino fez o favor de criar, de provar,
agora faz toda questão de conter...
Sempre nele, há culpa, apesar de eu ter só de agradecer,
por essa coisa indefinivel que não se entende, e que a invejosos insulta...
Acabei por descobrir que terminei minha busca.
Aquela que tanto fiz, por algo que não sabia o que era...
De tudo o que já sofri, nada se compara esta tal dor,
pois o que será de uma pessoa, se ela não mais tiver amor?

domingo, 18 de março de 2012

I miss U.


Perguntou-me que falta faz... 
Não foi você, não, foi meu coração, minha vida...
E logo, tão logo, o destino me castiga, me dando tudo o que pedi.
Vi, que tudo o que sinto é mais visceral do que as próprias vísceras, sei disso no profundo de minha alma inexistente.
A dor do "talvez, nunca mais" me perturba, turva a visão, confunde a mente.
E já me sinto uma viciada, sem a droga presente.
Trepido pela falta dos olhares, trepido pela falta da essência, trepido pela falta das palavras, da voz,
Do mundo que você é, de tudo que conheço de ti.
Penso em coisas que não te disse, tudo parece estranho aqui.
Poxa, porque você tinha que sumir?
E desde então, nada mais é igual, nada mais tem tanta graça, o esperado já não se espera, e a vida está sendo largada as traças.

sábado, 17 de março de 2012

No fim, o sim, de nada serviu pra mim.


Tudo o que eu nunca te disse,
Agora agarrado na garganta, está a me emudecer...
Sob mim, todas essas palavras, pensamentos e ações querem interceder...
Tenho medo do que pode me acontecer.
Nosso mundo que já foi tão sublime quanto o cheiro de jasmim, já não tem mais os mesmos ares.
Estamos mudando os paladares, e os gostos.
E de tanto que já segurei a boca, nem ao menos sei o que posso ou não lhe revelar;
Será tão safo,
Este caminho que meu coração parece querer me apontar?
Vejo-me no desejo de arriscar...
Corro sem pensar, e ao gritar lhe o nome, do outro lado já não ouço a resposta, que a proposta, seria me encaminhar.
Pelas mãos como água você escorreu.
E sem um Adeus, sem cumprir o que prometeu;
Enquanto ouvia sua voz, sorria, e olhava dentro dos olhos teus...
Dentre tantas, pra escurecer o dia, lhe pergunto,
Porque me escolheu?
O destino não pisara em mim o suficiente?
Vou segurando os pedaços de amor próprio e coração que me sobraram.
Mas as ideias de como seria estar com você, ainda não me soltaram...
Será tão certo que vou sempre estar à mercê do futuro que me desintegra e ao tentar prever ainda por mais capciosa que seja nada além da magoa consigo ver?
Tudo sempre se trata do mesmo "você".
Entrego-lhe agora a verdade, por mais que ainda não possa merecer.

quinta-feira, 15 de março de 2012

O que quero de fato.



Diria sempre o que fosse te animar, sorriria sempre que fosse me chamar, cuidaria sempre que fosse precisar, amaria totalmente, mesmo sem saber onde tudo ia dar,
Faria ser perfeito e tentaria não deixar acabar...
Mas as escolhas já não sou eu quem faz.
Depende de você, que me queira, que me aceite e nada mais.
E a dor do nunca parece querer brotar em meu coração, que já ficou pequeno, não gosto desse clima tão ameno, quero calor, quero frio, quero o sabor de sentir um arrepio, ou a temperatura mudando.
Não só esse marasmo que nada traz e nada leva...
Queria te contar o que sei o que descobri.
Mas tenho medo de no fim não saber de nada.
Já entendi errado tantas vezes que já não confio em mim.
Você, de tempos em tempos, parece me oferecer um chão duro, no qual eu posso pisar sem medo, mas de hora e hora penso que é areia, da mais movediça, que me trai me atrai, me enfeitiça.
E no fim, me afogarei em ti, sem ar nem certeza...
Você parece um espelho refletindo a impossibilidade.
Tento te entender, mas ao chegar perto, já não raciocino bem, nem faço nada com clareza,
Deixa-me nervosa, pulsante e ainda sim, quero estar perto, chegar ao ponto em que minha própria respiração já não vou sentir, quero você aqui.
Onde eu possa alcançar, onde eu possa te salvar, te embalar em minhas canções tristes, disfarçadas de bom humor, quero poder te abraçar e te chamar de amor...
Quero você de qualquer jeito, te levar onde eu for.
E tocar sua pele com a delicadeza de uma flor,
Quando preciso, agir sem nenhum pudor, e
Deixar de me punir por estar sempre pensando em agir a seu favor...
Só serei livre com a liberdade trazida pelo teu calor, sem cor, indolor...
E que se dane, se houver qualquer contrapor.
O que me interessa é saber se você quer, e depois disso, qualquer sorriso, será esclarecedor.

Palhaço sorridente.


Sou assim, brinco, brinco, continue brincando, eu digo.
Divirto-te enquanto me omito...
Às vezes até eu acredito.
A imagem de um palhaço é o que me forma, é  o que quero que veja...
Mas não passo de qualquer, com maquiagem e choros ocultos, que tem a felicidade como bem que almeja.
Tento ser mensageiro da alegria onde quer que eu esteja.
Faço o que você deseja, e só num sorriso que assisto, encho de emoções momentâneas meu coração.
Nego que sinta qualquer coisa de solidão.
É o que me mantém, o que mais posso fazer?
Se você está feliz nada mais importa, nem o meu omitir, nem o meu querer...
Então me deixe ficar aqui, e aproveitar bem cada expressão que fizer cada segundo e flexão de voz, será importante...
Quero sentir que faço a diferença, pelo menos por alguns instantes.

Proposta indelicada.


Encho-me de propostas inovadoras toda vez que sei que estarei ao teu lado, junto tudo o que tenho de bom e lhe ofereço num sorriso muito mais do que extasiado.Sinto-me assim, contigo, num mundo encantado...E tudo o que me traz de perguntas as quais envolve nós juntos, eu digo não, mas com tanta graça, que acho que sabe que é charme.E tudo perde a certeza, depois do meu não, com aquele sorriso encantador.É muito amor.Mas ainda não descobri se é recíproco, pois você nunca parece ser totalmente você, quando me diz o que quero ouvir.Queria ter o poder de saber o que sente o que ao ler isto, irá sentir...Pois sei, que por mais que não minta pra mim,Omite coisas que não considera, tão interessantes assim...Somos os dois, grandes jogadores dum jogo que ainda não começou, por medo meu, ou falta de empenho seu...E o que digo, e emano quase como um odor animal de demonstração de atração, você ainda não percebeu...Sempre me diz que não quero você, e que não quer estragar minha vida, mas talvez essa escolha, seja daquelas que se tornam divisor de água em nossas rotinas.E se você for tudo o que eu mais queria?Só saberei, arriscando tudo.Então lhe faço logo mais uma proposta, me deixa entrar no teu mundo?

Querido amor, o que eu sinto, sentia antes mesmo de sentir.


Olho para o meu passado.
Vejo fotos, lembro de sonhos, conversas e experiências...
Naquela época, tudo terminava sempre bem...
Mas havia um, porém, que me faz achar este passado sem graça, não conhecia ainda, minha maior qualidade... Você.
Por mais cética que eu tente ser, este tal sentimento, me mostra traços seus em mim, antes de eu te conhecer...
Como se estivesse te buscando sem saber, sem querer.
E agora, que encontrei, meu medo é te perder.
Não há forma feliz de imaginar minha vida sem você.
Não é como uma opção que eu fiz, parece mais algo profundo, algo que faz eu me sentir diante da vida, apenas mais uma aprendiz...
E por mais que eu tente te esquecer, minha vida inteira é você.
Sabe, minhas características, os lugares aonde vou, as pessoas com quem encontro...
Tudo me leva ao mesmo ponto.
E de tão cismada, nem contrario, penso que não estou enganada.
Meus olhos veem tudo como se fosse mais uma pista, ao vento largada pelo destino, que parece gostar do ritmo acelerado que meu coração pulsa, e que agora mesmo está a pulsar...
Será esse o veneno doce, chamado amor, ou mais uma piada da vida, que me deixará risonha sem encontrar nessa história, qualquer coisa de humor?

terça-feira, 13 de março de 2012

Caixas fechadas.



Sinto como se estivesse trancada numa caixa.
E sempre que pareço estar perto de sair, dou de cara com outra parede...
Sinto-me no deserto com sede.
Há no mundo sensação pior?
Eu te procuro como se fosse a solução de todos os meus problemas, a resolução de todos os meus dilemas...
Sempre acabo por não te encontrar, e penso sozinha,
E quando eu te alcançar?
Vai ser como descobrir que a felicidade é algo que não serve tanto pra te renomear,
Ou vou descobrir que o brilho não é tão latente?
Mesmo sem saber a resposta, caminho em mundos obscuros,
Te procuro sorridente.
A saudade do que nunca aconteceu, é algo que sinto até sem querer, sem perceber ou pensar, queria ser seu tudo, seu mundo, e não precisar te buscar...
Mas já que preciso, vou indo sem reclamar, vou rindo de mim, antes que comece a chorar...

AutoTraíções



Fui traída novamente.
Não por você, não por suas palavras, gestos ou atitudes...
Foi por mim mesma, que sonha apenas com tuas virtudes.
Por quê?
Eu me pergunto toda manhã.
Se não o vejo, sinto saudades, se vejo,
Percebo meu inconsciente cheio de maldades.
Procuro por outras amizades.
De tão orgulhosa, nem sabes.
Eu não me rendo, acho que só me renderei quando chegar ao ponto em que não mais raciocinarei.
E embora louca, ainda muito de autocontrole sei.
Aprendi por tua culpa.
A atração a qual me impõe me insulta.
E qualquer característica que já tive de culta, já se perdeu.
Com os olhos dentro dos seus, não vi onde caiu.
De repente, dessa piada indecente, ninguém riu.
Inconstante e sutil, essa sou eu, a “eu” que você conseguiu.
Mais escorregadia que qualquer sabonete molhado, mesmo que me encoste, no dia seguinte já não vai me encontrar quando olhar para o lado.
Minhas metáforas me fazem parecer um réu que gosta de ser julgado...
Não sou... Nunca fui.
Agora, pare de me assustar, me mostrando o tempo todo que conhece cada parte que me constitui.

Meu pedaço.


Quantas vezes eu deixei de pensar em qualquer coisa,
Para pensar só em você?
Quantas vezes não me senti mal por não poder estar aí, Cuidando do que não posso ter?
E quantas outras chances eu não tive de te mostrar que é real o que sinto, sem uma mentirosa parecer?
Ainda me pergunto como não enlouqueci...
Vi-te sofrer e num mundo de luto completo me escondi.
Sinto-me incapaz de ajudar, incapaz não, impossibilitada,
Já pensei inúmeras vezes, e se eu te perder,
Tiver que manter-me em pé, sozinha nessa jornada?
Chorei, ao pensar nisto e percebi que você é um pedaço grande do ser no qual eu consisto.
Você me diz, não pense tanto nisso, e me pergunto,
Como vou deixar de pensar?
Se minha vida perde uma parte, quebrada pra sempre vai estar.
Queria ficar no seu lugar.
Sabe, sofrer o que sofre, só pra não ter de dizer, não chore.
Talvez se fosse comigo, sorriria ainda, brincaria ainda, aproveitaria ainda...
E agora, nada disso faço.
Desabafo com a vida, que se mostra indiferente...
Quanto descaso... 

Meu coração, de tão apertado, não sente mais que fracassos,
Vê a vida como uma sucessão deles...
Nada de alegria sincera, só mais e mais deveres.

Laços perdidos.



Estou aqui, agora, ouvindo-te.
Entendendo-te.
Deixando-me repousar em seus braços, os mesmos que outrora me seguraram pra que eu não caísse.
Ouvindo-me chorar e gritar, por mais que nenhum som eu emitisse.
Lembro de uma coisa que sempre me disse,
Seja você.
Mas agora há uma pedra de sal entre nós,
Não consigo fazê-la se dissolver.
O que há de errado então?
Mudei tanto que não lhe reconheço mais?
Fomos para caminhos diferentes, e não podemos mais dizer que temos corações iguais?
Já nem desabafar contigo eu estou conseguindo, Outro dia me peguei sem querer, mentindo.
Porque, se você sempre foi capaz de entender?
Porque, se sempre esteve aqui,
Mesmo eu nem chegando perto de merecer?
Queria voltar a confiar plenamente em você...

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mais e mais sonhos.


O que seria de mim se não fossem os tais sonhos? 
Acho que menos sabida, e mais feliz, talvez.
Estaria presa na inconsequencia que me levaria a agir com estupidez.
A língua do meu coração, nunca soube aprender, ou as vezes até penso, ele não quer me ver entender...
E o que me sobra, pra usar, pra me compreender, acaba por ser esse mesmo, o sonho. 
Que me confunde me assusta, me irrita, mas me diz a verdade, sem vaidade, sem medo, sem dor.
Apenas me diz como num filme, vejo passando diante dos meus olhos fechados, o mundo inteiro, todos os sentimentos e tormentos, tudo muito bem fantasiado com a roupa mais bela, a metáfora mais esperta. 
Um livre espetáculo, que de tão exclusivo, é apresentado para apenas uma telespectadora, a cada dia uma nova cena, uma nova emoção, tudo se encaixa como a melodia de uma canção. 
Não nego que às vezes, a dona mentira me apego... 
Para não acreditar, quando a verdade fica difícil de suportar. 
Minha vida é algo que a metade que vê e ouve, nunca vai notar... 
E assim somos todos, não é exclusividade minha, nem de ninguém, somos todos cegos, com histórias gravadas em vídeo mudo.
Sempre pensamos que entendemos o mundo, mas a verdade é que não nos preocupamos em ver tudo.

Conclusões que eu gostaria de não ter...




Descubro respostas pelas quais nunca busquei, me surpreendo ao ver que me tornei algo que eu nunca imaginei.
E olhando para o passado, vejo como eu queria ser hoje, não fui, não serei... E já vou tomando consciência de que o que eu quero ser daqui a um tempo não é o que vou ser de verdade. Na fase em que estou, vai ficando difícil de segurar o peso da realidade. Meu amor possui muita profundidade, tanto que olhando de cima, não vejo o fundo, e não sei se esse fundo existe...
Mas o problema não é esse, nunca foi esse, o problema é que sem nem ao menos perceber, me vi a oferecê-lo a quem não merecia, nem uma única gota... Recebo muitos avisos do subconsciente, que sempre me faz confusa, não por não saber o que fazer, mas qual escolha vai me favorecer.
E essa é mais uma das fases que fazem a gente crescer... E como toda a evolução, essa me faz sofrer. Sentido, a palavra que eu queria encontrar, pra ver como é, entender tudo. E não mais do que de repente, me perco no meu próprio mundo. O que eu descubro? De tão tolo, não se parece com a realidade, parece que me pregaram mais uma peça, queria que fosse mesmo verdade.
E diante de um mundo acordado maçante e confuso, ilusório, já cansada busco consolo com as visões do subconsciente, os sonhos, e acabo por acordar atônita, não tranquila, não relaxada, tensa e um tanto prostrada. Esse consolo já não me vale de nada, sinto-me no meio de uma estrada, o horizonte me zomba, me cerca, me ilude, me faz perder o foco.
E agora, nem me dar ao luxo de ter com quem contar eu posso?
Quanto menos eu vejo que sei, mais eu quero saber, mesmo com a certeza de que tem coisa que não devemos aprender, mesmo sabendo que saber tudo, pode nos enlouquecer...
E o farol, a luz quase divina que me guiava em meio a escuridão vazia, que me ensinava a viver a vida, sumiu, apagou, e minha muralha de areia molhada de repente o vento levou... Escrevo metáforas que ninguém vai tentar descobrir, e vou levando a vida do jeito que mais me faz sorrir, tal qual fosse um poema doce, cada frase espero e me exaspero, pois pela próxima rima, vou aguardando o prazer de ver o que foi feito com esmero, mas de uns tempos pra cá, a rima se desfez e a mascara do sorriso deixei de usar...

segunda-feira, 5 de março de 2012

Julgamentos.




Diga-me, se estou errada, me mostre o caminho certo, sinta o que eu sinto, diga o que é que devo fazer...
Ensine-me as lições que eu preciso aprender;
Diga-me o modo mais fácil de vencer!
E aí depois de todas as escolhas que terá feito por mim, sentindo o que eu sinto; 
Poderá me julgar errada como quiser....
Poderá dizer se foi bom sofrer o que sofri, 
Se valeu a pena lutar tanto para sorrir, 
Se eu realmente deveria estar aqui.
Poderá entender o motivo de o meu mentir, omitir, e as regras todas que tive de infligir.
Estarei com toda a paciência do mundo, pararei tudo, apenas para te ouvir.
Se tudo o que pensa ser tão inútil, se é mesmo só questão de opinião, se sou boa pessoa ou não.
Se é bom, olhar para os lados, e não ver nada além do escuro, e da solidão.
Se é confortável agir, com medo.
Se é fácil fugir do desespero, e fazer escolhas que envolvem muito mais do que o certo e o errado.
Seguir vivendo, com o vento fresco e úmido do futuro, o desatino do presente, e o peso maçante do passado.
E ainda, ter de decidir-se quase que o tempo todo, se teu coração está mais certo do que a razão, se preocupar com o que quer e as consequencias que seu ato trará...
Perceber se isso que está sentindo são carinho e amor, ou o principio de uma paixão, 
Sorrir o sim, ou desviar o olhar com um não...
É tudo sempre fácil, quando não se sente, quando não se sabe, quando não se entende...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Inconstância.

É engraçado como uma unica coisa triste, ou irritante pode acabar com um dia lindo.
Acordei cedo, vi o mundo ao meu redor sorrindo.
E logo dei de cara com coisas que sinceramente me fizeram querer chorar.
O que por tanto tempo planejei e sonhei ser perfeito, logo foi tomado por uma neblina.
Meu estresse me fez uma inimiga, gritei, logo depois, sozinha, chorei.
De repente pareço estar no lugar errado, esperando o que nunca acontecerá.
O mundo que sorria, agora vinha me julgar.
Olhei para meu lado direito, e vi quem eu amava, lentamente se distanciar.
Logo depois, como se já não fosse muito, vieram as escolhas que eu não fiz, fizeram por mim.
Tentei me concentrar na positividade, não consegui.
Entediei-me... decepcionei-me.
Eu devia ter previsto isso, devia ter sido menos emocional....Devia tantas coisas.
Como é que eu faço para voltar a sorrir como no início do dia?
abrir os olhos e ver tudo em harmonia...
Agora, o que quero é me esquecer de que existo.
Desconstituir o que eu sou, no que consisto.
Parar de discordar das coisas, ás vezes só quero ser anônima a mim mesma, normal;
Mas não posso fugir de mim, dos meus anseios, vontades, medos, verdades e culpas.
De repente me vejo em crise, próxima ao dia que era para ser o mais feliz dos ultimos meses.
Agora, vejo que de nada adiantou minha ansiedade.
Ela não me ajudou, apenas aumentou minha decepção e frustração.
Odeio estar triste e me vejo escrevendo sobre minha própria depressão, 
que em poucos minutos se dicipará.
Amanhã, espero acordar, e por um único dia, não deixar nada me atrapalhar.
Não sei se consigo, mas vou apenas tentar....Ser mais forte do que sou.
Encarar o mundo e mostrar o quão feliz estou.

Não procure sentido.

Tem dias em que penso em desistir do que me faz respirar.
Chego a conclusão de que as coisas que gosto não me levaram a nada.
E que tudo no fim será uma grande cilada, criada, arquitetada pela inocencia que diz que tudo dará certo,
Olho para meu futuro, tentando achar algo sólido.
Possuo medo de não chegar ao lugar em que me sentirei feliz.
Querem controlar o que sou, e no entanto não querem saber o que sinto.
Ouço ordens equivocadas e me sinto obrigada a gritar e fugir, 
No entanto, permaneço em silencio, aqui.
Estou revoltada comigo mesma.
Preciso deixar pra tras esta inútil tristeza.
Abandonar as dificuldades e o pensamento tão incrédulo ou relativo...
Estou escrevendo coisas que sinceramente fazem parte dos monstros que em mim habitam livremente.
Quando estou triste, olho para os lados desesperada e não encontro ninguém.
Quando estou estressada, o mundo cai sobre mim, pedindo por respostas.
E quando finalmente me encontro sorrindo, ele me lembra de todas as falhas, tenta me estressar, entristesser...
Será mesmo que nasci única e exclusivamente para sofrer?
Meus ideais estão errados, eu estou sempre do lado que perde...
Sempre que me encontro ao lado da vitória, algo me impede, não a tomo para mim.
O medo, este sempre está aqui.
Não estou tentando me fazer de vítima, não estou sendo exagerada.
Apenas gostaria de dizer coisas que talvez me arrependa mais tarde.
Isso não faz sentido, mas é necessário.
Enquanto tudo continuar assim, tentarei manter o sarcasmo.
Direi aos quatro ventos que amo tudo.
E por dentro, como sempre, sentirei crescer uma raiva cumulativa.
...Tempos depois explodirei, virarei assunto e serei a louca.
E mesmo prevendo tudo isso, não vou impedir minhas próprias ações e pensamentos.
O que me falta não é a verdade, não é a coragem, é a força e a positividade.
Sempre acho que tudo dará errado, e quando não dá, me surpreendo.
Dos apegos, compromissos e falsidade, vivo correndo...
Mas eles sempre me encontram e grudam em mim como se eu fosse seu alimento sagrado.
Sou apenas algo inesperado.
A conclusão disso, chegou hoje a mim, quando enfim entendi, 
que não nasci para ser o que esperam de mim...

Querido diário... Porque escolhas machucam tanto?


Eu, que como criadora a via,
Como criação, me comportei...
Tanto com você sorri, e agora na despedida, apenas chorei.
Não queria que visse meus olhos cheios, ou minha voz mudada,
Terminando sem querer, e seguindo outra jornada.
Só de pensar que nada do que passei, se repetirá,
Volto a chorar, chorar...
E você, que me disse, "não chores" não fará mais parte de minha rotina,
Nem de minha vida.
Derramei, depois da partida, lágrimas enegrecidas, cheias de tristeza,
Mais acima de tudo, completa em todas as emoções.
Tudo o que me ensinou, guardarei, usarei em vida, cada uma de suas lições.
Eu, sempre olhei com olhares de admiração,
Seu jeito de ser, completo em sua perfeição.
E de tão sincero, eu já não consigo parar de chorar,
Pensando, enxergando enfim, que tudo acabará.
O presente se desfez, e por mais que esses planos sejam antigos,
Doem como se fossem tudo fruto do inesperado.
Confesso, ainda não posso dizer que foi superado.
Agora lembrança será, tudo que um dia foi meu maior presente,
Você contente, eu sorridente, e a vida, totalmente indiferente.
Tentarei transformar cada lágrima despencada, cada tristeza recolhida,
Em coragem para enfrentar o futuro, que se cria em minha vida.
Ainda, vejo-me cega, sem saber que direção tomar,
Mas vou me conformando, e a visão logo voltará.
Não quero que se esqueça de mim,
E que nunca deixe de lembrar, que tudo o que já tive de bom num dia,
Foi o brilho do teu olhar.
Muito obrigada por existir, e por me mostrar que tudo é lindo.
E é sempre possível chegar onde se quer conquistar.
Que nenhuma dor é insuportável e que sempre vale a pena continuar,
E agora que me vejo só, as lágrimas presas, deixei escapar...