sábado, 25 de agosto de 2012

Desistências e Omissões...

Desiste, sempre desiste...
Se ao menos eu pudesse lhe cantarolar aos ouvidos "persiste!"...
Mas não, não posso.
Tiro o melhor dos proveitos do que me é imposto,
Mas sem começar algo, por mais que tenha gosto.
E volto a falar do desistente,
Não está errado, não agiria diferente em sua situação tão convicta.
Mas então, por que diabos continuo sofregamente remoendo isso?
É orgulho, só pode ser orgulho, insisto, nesse misto de confusão e censura.
Enumero os detalhes errados, os problemas que haveria, e nesse contexto
Vou deixando sumir a cara pura que a amizade tinha...
Por fim, irritadiça e desorientada, quebro o silencio com minha voz alterada.
"Pois que fique sozinha!"

Significado.

Quando não se pode ver,
Quando não se pode estar, aprende-se a dar valor a presença.
Sente-se a ausência.
Quando não se pode ver, nem olhar, nem tocar ou conversar,
Aprende-se o verdadeiro significado da palavra saudade.
Sente-se raiva, medo, sente-se vítima da maldade e do desassossego.
Não tem segredo que desvie a atenção,
Não tem desejo que atraia a tentação,
Não há sonho que ilumine com a ilusão.
Não há nada, além da solidão.
E esse vazio, não há multidão que anule,
Não há remédio que cure,
E nem desafio que mude a direção do pensamento...
É mesmo um tormento, que nem que leia tudo o que há a respeito,
Nem que decore cada singular soneto, saberá o sentido.
Ao menos que ame alguém, amigo.

A ansiedade

"A ansiedade"
Deveria ser meu título, meu nome, assunto de primeiro capítulo...
E o tempo, corre mais devagar, os cinco minutos duram eternidades,
São longas as dores, longas as saudades e grande o exaspero.
Não, esperar não quero.
Quero já, quero ontem, quero nesse instante.
E seja lá o que for, enquanto não se conclui me faz ofegante...inconstante.
Mudam logo os ares do semblante.
Pelo que procuro, pelo que aguardo, com quem preciso estar?
Estou perdida, sem sair e sem ficar...
Tanto tempo, enquanto o tempo, quanto tempo falta passar?...

Faça o que quer!

E que mude mesmo de opinião se achar que deve!
Que grite, que se descabele, que se xingue e finja que me repele...
Já não ligo tanto para a palavra que profere;
Se tentar contra mim, que nunca agi com intuito ruim,
É assim tão emocionante, continue, dance, cante!
Pois é só o que pode fazer para me chamar a atenção.
Já que não pode me ter, tenta se entreter com a mentira infame da ilusão.
Dizendo o quão vil eu sou,
E sentindo falta de mim, no profundo do coração.

Breve reminiscência

Caso nunca tenha revelado o que penso, fica dito.
Não, não mesmo, nunca agi com intenções de conflito.
Agi errado? Sim admito.
Todavia isso não quer dizer que não agiria da mesma forma hoje em dia...
Pois sou efêmera, o que me move é o que sinto no momento de euforia.
E cá entre nós, você não me merecia.
Ouso dizer que nunca mereceu...
Bom, vou me deixando disso, ao passo que esse passado,
Fui eu quem escolheu.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Um beijo de boa noite.


Estou meio triste por você.
Não por estar longe e tudo ter acabado...
Mas pelo que nos tornamos, pelos que foi totalmente perdido.
Confesso que sinto falta até do que não fazia sentido.
Vivia aqui, do meu lado, comigo.
Meu precioso amigo... Se foi como o vento,
Sem previsão de volta ou de vida.
Foi um adeus sem despedida.
Foi um adeus que não tirou a proximidade de corpos,
mas a intimidade, o que é pior...
E eu, que sempre quis pra nós o melhor...
Desde que percebi que era de fato um afastamento perene,
Me pergunto, será que faço falta?
Essa dúvida por vezes quase me mata...
Aí eu paro de olhar pra trás e volto a olhar pra frente.
Não retorno o caminho, só não queria que ficasse sozinho, sem alguém,
Sem eu, me fazendo presente...
É que, sei lá, parece que precisa de mim.
Alguém que queira bem e que ajude brigando e amando.
Olho de longe o que antes estava tão perto...
Perco as palavras como o tempo perde esse momento de lembranças, tão incerto.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Passado é passado.


Eei, se cuida!
Era uma das coisas que eu queria ter dito..
Mas não disse nada, fiquei parada... 
Foi um momento de conflito.
Sabe, saber que aquilo ali era uma despedida, real...
E eu, que com isso, nunca me dei bem...
Acabei ficando muito mal.
Não foi só o "se cuida" que ficou sem dizer...
Foram tantas coisas, tantas coisas queria te fazer entender!
Mas passado, é passado.
Continua sendo passado.
Se eu não o fiz como deveria ter feito, já era.
As lamentações não trazem o momento de volta...
Se trouxessem... Quem dera!
Mas, confesso que talvez diria as mesmas coisas,
sentiria os mesmos apertos no coração,
choraria as mesmas lágrimas de emoção...
Sofreria tanto quanto agora, nessa memória,
Por essa ilusão.
Sabe, esse sonho azul e rosa, tão lindo, sincero e vedadeiro.
Me inebria os pensamentos, toma os brios, e me consome por inteiro.
E ainda com tudo, acabei desistindo primeiro.
Comecei depois, acabei antes...
Tudo foi tão longo, durou apenas instantes.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Um pensamento resumido de tudo.


Cortei-me.
Cortei, cortei, cortei e não houve quem circuncidasse.
Depois, de olhos fechados, senti o cheiro do sangue e seu leve som do gotejar...
Entonteci, me intumesci, apenas quis fugir de onde estava sem saber para onde ir, 
Sem querer ficar, sem tomar decisão ou proferir palavras.
Chorei e me enclausurei.
Foi bem aceito, aquele remédio imaculado...
“O tempo” passou, a dor diminuía a cada alvorecer.
Já sorria, já não tinha o que temer.
Até que... Houve mais desespero, um giro torpe, um desassossego.
Vi-me sem conseguir pregar o olho, sem dormir e sem acordar, 
Fui perdendo tudo de eu que tinha, me via a pensar em morte sem titubear...
Tantas dúvidas, 
Mais tempo se passou...
Foi me enchendo duma coragem benfazeja, me sentia uma gladiadora sem medo, 
Sem parentesco, sem o que esperar, pelo que chorar fria, forte, 
Inconsequente e absolutamente obstinada.
Fiquei sem palavras, não soube descrever o que senti quando vi que TUDO, não era NADA...
Escapou-me o entendimento, veio o tormento...
Continuei seguindo com obstinação, com paixão, até o fundo do mistério...
E lá, naquele escuro, após caminhar sem saber onde ia parar... 
Encontrei uma leveza que me fez sentir levitar.
Já não me lembrava do corte, não me lembrava do tempo, 
Não me lembrava do desespero, não me lembrava da morte...
Será isso fantasia, sonho, ou... Inesperadamente, um pouco de sorte?


Um pensamento só.


Era amor... Era amor... Era amor... Era... Era o quê?
Não, amor, amor não morre, amor é lírico, do amor não se desiste, ele te pega, você se apega, foge sem pra onde, num suspiro, num vício, num olhar... Num jeito.
Batia forte e rápido, ainda percebo isso, ao me lembrar, levando sem pensar, a mão ao peito.
Era o fim... Era o fim para você, era o fim de mim.
Eu que lutei tanto para conseguir me compreender e saber o que eu queria, eu que me sentia só, com tudo o que é seu, para me fazer companhia... Teu silencio me pungia.
Só eu mesma sei o quanto chorei... Fui tolhida de dores do coração, a paz eu almejei.
Mas sabe... Eu estava um tanto cansada de sempre arranjar um motivo, uma desculpa, uma brecha que me fizesse continuar.
Fechava os olhos e via um futuro tão dourado, e quando eu os abria, via esse sonho me escapar.
A saudade te trouxe, a saudade te levou.
Se for justo ou não, nunca saberei.
Eu discutia comigo mesma, sobre tudo, sobre nada...
Só para ter o gosto de falar e pensar sobre aquele assunto dava um sabor gostoso que me deixava com as faces tímidas e me sentindo atrapalhada.
Foi bom pelos momentos nos quais sorri, cresci.
Nunca mais credito algo que eu mesma tenha dito.
Mas volto a descrever minhas aventuras cheias de estripulias...
Seguia eu, ainda naquele marasmo de solidão,
Quando me estenderam a mão.
Não, não é outro amor... É apenas a amizade que me salva sempre.
E acabando a falta, acabando a abstinência que me enrolava os brios, aparecera de novo, o suposto dono de todos os meus desatinos.
Eu não soube sorrir como antes, mas também, confesso...
Fui totalmente tocada, isso, senti, parecia renascer em mim toda aquela história desastrada.
Mas foi-se novamente, e eu, sozinha, fui testar o que dizia e ver se o que sentia e falava, condizia realmente...
Vi-me pega por uma surpresa, não senti o que esperei e nem o que não esperei.
Agora, até quando, 'apaixonada' me direi?


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Uma noite.




Uma noite a mais;
Tenho contado as noites em claro como um prisioneiro 
Conta seus dias restantes de cárcere.
Uma noite a mais,
É o que digo ao olhar as horas e ver que nada aconteceu...
E nem o sono alegria me traz.
Uma noite a mais.
Aguardo e penso que a luz do dia não vem logo com seu brilho sagaz.
Estou esperando pelo que?
Devo esquecer me aquecer e tentar me apetecer de sono?
Ainda falta para o amanhecer...
O que acontece, na noite em que enquanto clareia e me esclarece, 
Encontrar o que espero?
É farsa essa esperança...
Um pensamento sombrio e sincero.
Acordo e estou próxima a mais uma noite lúcida.
Tão rápido?
Meu coração ainda soluça.
E assim correm meus dias, como um rompante da guerra, do amor e da musica.
Mesmo não havendo nada deles nessa minha constante espera e busca.