terça-feira, 31 de julho de 2012

Confissões, inspirações e aspirações. (ilusões)


Me imito tanto..
Conto minhas histórias diversas vezes através dos personagens e de suas vontades.
Fica tão transparente, este medo, ou aquelas coragens...
Penso ser tão claro e transparente, que logo quero mudar,
desistir de me contar para toda essa gente.
Mas me dá um consolo tão tenro, macio, poder ser dona dum mundo lindo e conciso.
Não desisto e logo volto a sonhar com todos eles,
Suas fraquesas, sua lealdade e seus deveres.
As aventuras por mim programadas, as ciladas, as cantadas, os choros,
É tão real, puro, sincero...
Cada um guarda em si ainda que sem consciência, um pouco do meu amor dado com esmero.
Pela noite, hora de encontrá los, logo espero...
Ansiosa, para começar a completar o que imaginei por todo o dia...
Como é saborosa essa emoção de fantasia,
Esse mundo irreal.
Me mantenho sendo eu, enquanto tudo isso for banal.
E que para cada dor, haja uma nova página em branco para tomar direção.
Parece um bocado tola, mas é minha solução.
Se amem, se matem, se justifiquem e se consagrem.
Tudo na mais perfeita conexão.


terça-feira, 24 de julho de 2012

Justificativas falhas.



Será tão mortal desistir da morte?
Posso dizer que encontro sentido ainda que não aja companhia nem um braço forte.
Se correr cansa demais, e se não dá para voltar atrás,
Fico eu aqui então, parada esperando por nada demais.
Em paz.
Proponho um brinde a mim, e ao que sinto,
Sem copos, sem bebida e sem companhia.
Vejo voar o sentido como se fosse jorrada aqui uma ventania.
Mas nem dele preciso, fico melhor sozinha.
Por uma vez, pensei não ser justo isso que eu tinha.
Mas o que será a justiça, além de um pensamento só?
Basta, de sentir dó.
Com música, com o que fazer, com o amor, e sem o entender...
Tem coisa melhor?
E ainda praguejo as vezes... Da boca pra fora,
É apenas aquela insegurança que na esperança, trata de atar um nó.
Enquanto nada estiver concluído,
Enquanto houver este desatino...
Será jenuíno ter a resposta que nos deixa sentir sempre bem
Quem é que precisa de alguém?
nem eu, nem ninguém.

É confuso.



Fiz por uma vez, uma visita inesperada a mim.
Seria mais fácil tentar esquece la, mas... Preferi que fosse assim.
Que culpa há, em alguém que deseja saber, o fundo, onde está?
Não lhe digo que foi de todo em desperdício,
Nem que foi desesperador...
Lá dentro de mim mesma, descobri amor e desamor.
Vence quem receber mais atenção,
Me perguntava, se um ou outro me atrapalhava,
Porque existes então?
Já não adianta raiva, mentira, sofrimento, felicidade, ou qualquer outro escape.
Nada mais momentaneo do que o que sinto.
Não só por mim, pelo mundo, admito...
Se não confio, devo mesmo, dizer que não omito?
Trouxe de fora uma vontade de mudanças que passará por tragédias.
Muitos adeus, muitos olás,
E lá vamos nós mais umas vezes.
Porque dizer que será pra sempre,
Se não sei nem ao menos o que farei amanhã?
Chega um tempo, que já não adianta fingir que se está sã.

novos ares.



Ah, tantos novos ares tenho respirado!
É bom, sentir brisas novas, um calor dum abraço.
Confesso, vivo por estar despencando ou nas alturas.
Nunca numa linha reta, sempre gritando entre curvas.
Me acostumo, enquanto penso estar perto do horizonte ao tocá lo sem sentir.
Não devo confirmar nem desafirmar nada que disse a ninguém,
Antes ou depois desse meu novo intervir.
Pois era verdade, tudo o que disse, tudo o que pensei, tudo o que fiz.
Pensei ser o certo, então não me arrependo do que gritei ou no que menti.
É tudo tão pulsante, tão forte que o certo,
Depois de tempos, se torna nada mais do que um erro gritante.
Se sou mesmo assim, já nem me importo com o que pensarei depois,
ainda irritadiça, abalada, envergonhada e palpitante.
Não hesitarei nisso nem mais um instante.
Que corra, que berre, até que se canse...
Se for a minha vontade, se não, permaneço aqui.
É boa essa nostalgia, esse segredo que ainda ontem me impediu de dormir...


domingo, 22 de julho de 2012

clássica

"... tinha suspirado,
tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo condizia a um êxtase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"