Descubro
respostas pelas quais nunca busquei, me surpreendo ao ver que me tornei algo
que eu nunca imaginei.
E
olhando para o passado, vejo como eu queria ser hoje, não fui, não serei... E
já vou tomando consciência de que o que eu quero ser daqui a um tempo não é o
que vou ser de verdade. Na fase em que estou, vai ficando difícil de segurar o
peso da realidade. Meu amor possui muita profundidade, tanto que olhando de
cima, não vejo o fundo, e não sei se esse fundo existe...
Mas
o problema não é esse, nunca foi esse, o problema é que sem nem ao menos
perceber, me vi a oferecê-lo a quem não merecia, nem uma única gota... Recebo
muitos avisos do subconsciente, que sempre me faz confusa, não por não saber o
que fazer, mas qual escolha vai me favorecer.
E
essa é mais uma das fases que fazem a gente crescer... E como toda a evolução,
essa me faz sofrer. Sentido, a palavra que eu queria encontrar, pra ver como é,
entender tudo. E não mais do que de repente, me perco no meu próprio mundo. O
que eu descubro? De tão tolo, não se parece com a realidade, parece que me
pregaram mais uma peça, queria que fosse mesmo verdade.
E
diante de um mundo acordado maçante e confuso, ilusório, já cansada busco
consolo com as visões do subconsciente, os sonhos, e acabo por acordar atônita,
não tranquila, não relaxada, tensa e um tanto prostrada. Esse consolo já não me
vale de nada, sinto-me no meio de uma estrada, o horizonte me zomba, me cerca,
me ilude, me faz perder o foco.
E
agora, nem me dar ao luxo de ter com quem contar eu posso?
Quanto
menos eu vejo que sei, mais eu quero saber, mesmo com a certeza de que tem
coisa que não devemos aprender, mesmo sabendo que saber tudo, pode nos
enlouquecer...
E
o farol, a luz quase divina que me guiava em meio a escuridão vazia, que me
ensinava a viver a vida, sumiu, apagou, e minha muralha de areia molhada de
repente o vento levou... Escrevo metáforas que ninguém vai tentar descobrir, e
vou levando a vida do jeito que mais me faz sorrir, tal qual fosse um poema
doce, cada frase espero e me exaspero, pois pela próxima rima, vou aguardando o
prazer de ver o que foi feito com esmero, mas de uns tempos pra cá, a rima se
desfez e a mascara do sorriso deixei de usar...
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